O fim da esperança?

 "Sinceramente
Se você efetivamente deseja cooperar com Jesus, nada conseguirá arredá-lo do propósito de servir.
Mesmo sob circunstâncias adversas, saberá encontrar recursos para que o bem se manifeste através de suas mãos.
Ao invés de inspirarem-lhe desânimo, os percalços naturais do caminho ser-lhe-ão apelos à perseverança e convites ao devotamento.
Não perderá tempo reclamando situações de privilégio ou esperando condições mais favoráveis ao cumprimento do dever.

Por mais insignificante que considere a sua tarefa, procurará desempenhá-la com a responsabilidade daqueles aos quais a vida já confio encargos maiores.
Se acontecimentos inesperados lhe impuserem limitações ao campo de ação pessoal, não se acanhará de tornar às suas próprias origens no serviço de natureza espiritual com a alegria e com a esperança que lhe assinalaram os primeiros passos na senda do aperfeiçoamento.
Compreenderá que todo sofrimento é lição, agradecendo à dor a experiência adquirida na cartilha da provação.
Preferirá ser desagradado pelos que ainda não conseguem aceitá-lo como é, do que desagradar a consciência que lhe ensina a ser melhor a cada dia que passa.
Na companhia de amigos, ou solitário, seguirá adiante sem se deixar absorver exclusivamente pelos compromissos de ordem material, lutando, a todo custo, pela emancipação íntima, reconhecendo que toda construção sólida do espírito se alicerça no sacrifício.
Se você sinceramente deseja acompanhar o Mestre na jornada de volta para Deus, tome sua cruz sobre os ombros e não O perca de vista, em meio às surpresas e desafios da estrada."

                                                                                                                              André Luiz  

Com essa pedradinha aí que começamos ao abrir nessa página depois de ter visto a resposta da Júlia a minha mensagem. Acho que existe um chamado realmente para que eu vá de encontro a Deus por Jesus nosso mestre, no entanto não acho fácil. Não sei também a relação de uma coisa com a outra, por que não poderia ter um amor verdadeiro como o da Júlia e ainda assim seguir o caminho de Jesus? Será que são coisas distintas e não podem se misturar? Talvez pudessem, mas esse não parece ser o caso. Não acho que eu não vá me apaixonar por ninguém jamais na vida também, mas a minha questão é se eu vou conseguir gostar de alguém como gostei dela, essa é a questão, não sei se quero me relacionar com alguém pra ter menos do que eu poderia ter com ela(tudo isso na minha cabeça).

A resposta dela a minha mensagem bem da bonita foi: 

" Aconteceu o que deveria acontecer. Não há mágoas, nem sentimos por aqui. O passado está no passado. Siga tranquilo"

Nem sentimos por aqui alugou um triplex na minha cabeça porque parece um erro de digitação, um ato falho daqueles pra dizer: Eu nem entro mais em contato com isso querido, essa história está tão enterrada que nem sentir nada eu consigo, o que se ela tivesse escrito certo o não há mágoas nem sentimentos, eu ainda encararia melhor, esse também sou eu querendo me agarrar a qualquer raiz de planta no abismo né.

"Foi bom te encontrar lá em cima, odeio despedidas. Mas tudo bem o dia vai raiar, pra gente se inventar de novo e o mundo vai nascer de novo."

"This is the perfect end for this peace of shit story. I am erasing you and I'm happy."

Que sigamos tranquilo então né? O amor não faz muito sentido né, nem o gostar, por que e pra quê manter uma fantasia sobre um amor que não existe mais? Quais são os ganhos? Odeio gastar mais tempo com isso, me sinto um papagaio, um cd arranhado travado na música do Jorge Vercilo, mas não sou eu que controlo o que sinto, o sentimento precede o querer. Mas como diz o filme Past Lives, "é preciso perder algo pra buscar coisas novas" que assim seja então, que possamos finalizar esse luto eterno. A questão é que não parece estar na minha vontade isso, já tentei, escrevi, chorei, vi, revi, vivi, revivi e nada mudou, vi meus erros,  meus acertos, vi os erros e os acertos dela também, mas a história tá pra além das nossas atitudes, ele já existe e existiu, o que me falta é passar por isso, fechar, resolver. Nem sei se quero rever isso na terapia na sexta, porque simplesmente não parece fazer sentido ficar martelando mais nisso.

 Mas o que se faz com algo que não se resolve nem se esquece? Essa é a questão.

Não me sinto convencido pela vida que ela seguiu em frente e me esqueceu, mas o que importa é como eu sigo em frente se o que eu tenho não é real, são hipóteses das possibilidades. O que eu tenho é esse sentimento, a resposta seca e afastada dela a minha mensagem afetuosa.

Talvez a única coisa que eu tenha seja as minhas atitudes nessa relação. Acho que eu acreditei bastante no amor, que voltaríamos um dia ou que pelo menos conversaríamos como velhos apaixonados, lembrando de um amor vivido. Essas minhas atitudes falam sobre mim e que bom que não tenho muita coisa a me arrepender nesse processo. Sempre fui atencioso, jamais tentei agredir ninguém mesmo estando sobre pressões inimagináveis. Disso talvez eu possa me orgulhar, olhar pra essa história toda e perceber que me mantive íntegro, que agi de forma correta, pelo menos isso, posso me dizer que me tenho, que fui quem eu sou mesmo quando estava depressivo, fudido, na sarjeta, agi não ferindo ninguém. Não tenho como cobrar desse Ryan que tivesse enxergado a Júlia daquela época, só quase 10 anos depois eu fui enxergar e nem importa muito quem tá certo, quem tá errado, que agiu assim ou assado, o que importa é o que aconteceu e o que acontece, onde estivemos e onde estamos. 

"Mas se você quiser alguém pra amar, ainda."


O que eu queria também né? O que eu queria de verdade, é que ela me mandasse uma mensagem dizendo: Pô Ryan, vamo trocar essa idéia então de boa, pode ser uma chamada de vídeo? Ao pensar nessa hipótese hoje, eu simplesmente fritei, parecia que eu tinha ganho na loteria com a idéia de ter uma chamada de vídeo com ela, há muito tempo eu não me sentia feliz assim, sentia a energia fluindo pelo meus braços e meu corpo, meu coração batia a 200km/h e até uma dorzinha eu senti, chega a ser engraçado isso né? Tipo, Poorr! Como assim!!? Como uma parada de 10 anos atrás e uma hipótese de simplesmente fazer uma fucking chamada de vídeo com a pessoa(não existe nada mais distante que uma chamada de vídeo, até uma ligação é mais próxima) me fazer ficar assim, me deu uma energia, mas uma energia que pqp.

Como eu ainda me emociono cantando Cícero lembrando de você mermão? Por quê? Pra quê manter um amor na cabeça por alguém que me enterrou(com razão) há 9 anos atrás? 
Falo com razão porque eu simplesmente não conseguia entrar em contato com os sentimentos que por ela eu sentia e que ela me oferecia também, justíssimo ela ter me enterrado lá atrás. MAS(sempre um mas) eu me perco no presente sobre coisas que já aconteceram, não seria isso um indício de que ainda vivo isso.

mais de 2 horas pra escrever esse texto né? 

Dói doer, dói deixar pra lá uma relação que teve uma importância tremenda na minha vida, dói abandonar uma pessoa com a qual eu vivi(e ainda vivo) mesmo que essa pessoa só exista na "minha cabeça" agora, uma grande lembrança como no filme do Jim Carrey e da Kate Winslet, não é sobre isso, não é sobre a lembrança, é sobre a pessoa que eu conheço saca? Quando a gente conhece a alma da pessoa, não tem muito o que mudar ou achar diferente? Os valores de uma pessoa não se muda assim, quem  enxerga os pobres, quem pensa numa economia que beneficia a todos e pense nas minorias e nos mais desfavorecidos, quem tem consciência de classe de verdade, não se "esquece" disso, quem quer viver, quem enxerga as mazelas da sociedade e tenta diminuir algumas delas pras pessoas, quem vigia o próprio ego afim de evitar cair nas armadilhas, continua assim, a pensar e repensar suas atitudes, quem faz esse compromisso consigo mesmo de tentar ser uma pessoa boa, não muda, continua nessa luta diária, interna e eterna sobre se melhorar.

"Ama o que te treme as mãos"

Acho que eu amoo o que me treme mesmo. Eu amo a capacidade dessa história e da Júlia de me deixar bamba, de me tirar desse mar de segurança e blindagem da vida, sempre fico angustiado, ansioso, feliz, alegre, radiante, tudo menos inerte quando o assunto é essa história, acho que por isso é difícil de desapegar, tem muita vida ainda que esteja morta, muitos acontecimentos, tristezas, alegrias, angústias e uma pá de coisa não dita, não vivida e tá tudo bem, não tá nada bem na verdade mas EU NÃO POSSO FAZER MAIS NADA, nada, gastei todas as minhas fichas. Que a minha cabeça me permita viver o que eu tiver pra viver em diante, não posso mais me atrelar a esses pensamentos, nem deixar eles me possuírem desse jeito, se eu sentir os cheiros dela de novo na rua(o que vai acontecer) vou seguir, não vou dar margem pra abstrações e viagens que minha cabeça vai. Eu realmente acreditei por um momento que mantendo a esperança nesse amor ele um dia chegaria, mas não aconteceu Ryan, tudo bem, segue tua vida tranquilo. Não sei se eu me importo tanto com o que eu tenho pra viver com outras pessoas, acho que o que eu queria mesmo era viver isso com ela e espremer até a última gota do nosso amor e partilhar com o mundo esse ser maravilhoso que ela é e que com certeza o nosso encontro foi. Definitivamente acredito que encontros potentes como esses são canalizadores de mais amor na Terra e espero que as pessoas se investiguem e busquem os amores de suas vidas sim(mesmo que não acabem junto deles no final).


"Você me chamou pra dançar aquele dia, mas eu nunca sei rodar, cada vez que eu girava parecia que a minha perna sucumbia de agonia e cada passo que eu dava nessa dança ia perdendo a esperança, você sacou a minha esquizofrenia e maneirou na condução. Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada e no final não achei nada tranquilo.

Isso é o que o amor faz"

A Raíra me disse pra anotar os ganhos desse amor pra ressignificar, acho que não desistir talvez tenha sido um desses aprendizados, mesmo que dando errado não consigo desacreditar em si do sublime amor, se o processo é que vale, talvez essas barreiras que foram ultrapassadas, doloridas, me façam chegar a um lugar maior no fim, não sei ainda se cheguei e nem acho que tenha de fato chegado, talvez só no fim da vida a gente realmente chegue, mas por hora tá bom demais. Me levou a um profundo conhecimento de mim, das minhas possibilidades, porque se ficar martelando em algo que já não te faz tão bem por 9 anos mas mesmo depois de tanto sofrimento ainda acreditar que frutos bons podem surgir daí, diz muito mais sobre  a minha capacidade de acreditar nele do que parece. 
Gostar de mim com a pessoa que eu estiver também vai ser fundamental, e eu me adorava com a Júlia também, nas piadas, nas zuações saudáveis, nas briguinhas e brigonas, acho que preciso admirar a pessoa amada também porque se não tiver admiração eu só passo por cima da pessoa e a jogo pra escanteio, mesmo que tenha um pouco de competição ali no início pra testar os valores e as atitudes dela, sua inteligência e etc, acho que vale a pena pra achar alguém que se admira e que possamos nos espelhar um no outro, não conseguiria viver com alguém que não busca uma melhora contínua de si mesma seja por quais métodos forem, mas que valorize e busque a sua melhora porque apesar de não conseguir tanto por me esforçar demais, eu busco sempre isso em mim e nos outros.

Outra Odisséia pra essa odisséia, obrigado por tudo pequena, que sigamos tranquilo, apesar dos pesares continuo desejando tudo de melhor que eu puder desejar pra ti, espero que você esteja realmente bem, acho que eu não poderia encerrar diferente essa história.

Meet me in Montauk ou numa Barato Total.

O que não tem remédio, remediado está né? Vamo vê se eu aprendo, um dia quem sabe.

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