Vidas Passadas ou Vidas Amarrotadas?
Não comecei a auto escrita do Manu Aragão hoje, mas quem diria que eu seria escrito pelo filme que vi?
Enfim consegui assistir ao "Past Lives" que tanto queria, não da melhor forma mas ainda assim bonito demais, bom que vai dar pra ir no cinema ver quando chegar aqui no BR. Mas poooo, o que dizer desse filme? Como processar o conteúdo de todas essas vidas passadas que trago pra de hoje?
Se a idade que morremos, a quantidade de dinheiro que temos, a família que nascemos são fruto de vidas passadas, por que não os amores também? Isso já me intriga há bastante tempo pra falar a verdade, sempre tive a sensação de viver uma vida velha, até que eu não a vivesse mais. Mas dizer que uns 15 anos vivi minha vida velha e fiquei em depressão por isso, ou vivi a depressão porque estava vivendo uma vida que não mais fazia parte da minha nova, quem sabe? Ainda tem esse choro preso no peito e na cabeça sobre o filme, mesmo que a cabeça tenha ficado quente e os olhos avermelhados vendo, o choro não foi suficiente, poucas vezes eu realmente chorei o suficiente as situações vividas e as emoções sentidas, isso é uma das grandes frustrações que tenho e que é maravilhosamente bem pontuada no Synedoche, New York do Charlie Kaufman quando o Caden diretor de cinema perde a habilidade de chorar e utiliza de lágrimas falsas em situações de extrema pressão sentimental pra ter alguma compensação pelo momento, algum alívio, mesmo que seja com lágrimas falsas, ainda são lágrimas. Cada crocodilo que chore as pitangas que puder.
O Kardecismo fala bastante em como a gente traz pouco de vidas passadas pra essa nova existência e que se sofremos agora geralmente é por atitudes que tomamos aqui na Terra mesmo, mas assim, eles também não disseram que não trazemos absolutamente nada né, então existem essas marcas do passado rondando os nossos caminhos e o nosso destino também. Por que nosso espírito fica preso ao que passou e se recusa a viver o que essa nova vida apresenta? Porque é gostoso? Era gostoso? Por que nos apegamos emocionalmente de tal forma aquela situação e atitudes que não vamos mais ceder ao novo mundo que se apresenta nessa nova reencarnação? É então uma resistência a lei Divina e toda a sabedoria suprema que nos colocou aqui agora nessa família, cidade, estado país, com amigos tais, com namoradas tés. Uma das minhas últimas questões têm sido o que de fato o nosso espírito consegue nessa encarnação e o que não conseguimos nós mesmos com quem somos agora encarnados. Somos duas pessoas diferentes apesar de termos o mesmo passado comum, mas será que brigamos internamente querendo ir pralgum lugar e o nosso espírito se recusa? Esse jogo de forças muito me interessa e também quem sou eu no meio disso tudo, somos 3? Quem éramos, quem somos e quem seremos é fruto dessa soma doida num jogo de vetores que não conseguimos medir, sem contar a influência de todos os espíritos que nos rondam, amigos e não tão amigos assim.
No filme o Hae Soung viveu um amor daqueles lindos, com a menina da sua classe aos seus 12 anos e carregou isso durante a vida, não conseguiu se desprender dessa possibilidade. Um amor platônico que aconteceu na mente dos dois, mas só na mente, lhe parece familiar meu caro Watson? Às vezes a gente faz uma força danada pra viver o que achamos querer enquanto o rio das corredeiras sempre certo navega pro mar e ao invés de confiar nessa força natural a gente se esforça pra remar para os cantos, pra outros rios mas quase nunca na direção da correnteza que leva ao mar, como pode né?
Definitivamente ainda destruído com esse filme, uma leve dorzinha de cabeça me ataca e infelizmente vou ter que assistir umas 10x pra poder superar.
Fico me questionando quem será que responderá as 8 mil camadas na minha vida e pensando nisso agora nem acredito que a culpa seja das outras pessoas, nem sei se eu tenho essas camadas todas ainda e é interessante em pensar em camadas emocionais e sentimentais, meio que folhas de caderno quando são sobrepostas em muitas delas criam uma conexão profunda, impossível de se romper, nem que um caminhão puxe de um lado e um elefante do outro, simplesmente não sai, o mesmo deve acontecer nesses amores já concretizados em vida e pós ela, espíritos simpáticos que vivem juntos e se ajudam através desse amor(seja materno, paterno ou amoroso) a superar momentos difíceis, fases intermináveis e eu até agora só me senti vivendo 1 vez um desses amores e tenho redescoberto os afetos agora também, tudo certo. Meu eu de agora nem sabe nem viveu nada próximo do amor. Várias dessas pessoas pularam fora ou foram puladas antes desse sentimento se transformar ou os acontecimentos me tornaram incapaz de conectar todas as camadas, já fui capaz, hoje não tanto. Escreveria bem mais ainda sobre esse assunto, tlavez eu volte amanhã, talvez eu vá comprar um cigarro e não volte tão cedo, quem sabe?(mó preguiça de consertar esse talvez)
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