Maré cheia

E quando tudo está pra ser decidido,me peguei remexido por aquele caixote gostoso que uma onda grande nos dá.Eu particularmente,amo tomar um caixote,sentir todo o peso do magnífico mar em cima dos ombros me pressionando pra baixo.Esses momentos de turbulência são bons para pensarmos bastante,pra que sá tomar uma decisão coerente.É estranho pra mim agora,fall in love,tomar decisões coerentes porque eu sou daqueles que têm amores platônicos como disse minha grande amiga esses dias.
É bom poder olhar as coisas de fora,de cima,transcender o momento,olhar para o meu comportamento em meio tanta violência marinha porque depois de tanto tomar caixote na vida "real",percebi que o melhor mesmo é só aguardar a onda passar,ficar nervoso e tentar subir pra respirar é um tremendo engano porque a onda te puxa de volta e claro que ela é mais forte que você.
O mais importante aqui tem sido me conhecer melhor,apesar de já conhecer esse lado exacerbado,essa confusão toda no fim vai servir pra alguma coisa.É difícil não poder enxergar ainda o que toda essa situação está tentando me mostrar,meu intuito é exatamente esse,antecipar o destino,não estou falando de prever o futuro,mas sim acelerar algo que esteja próximo de mim e eu ainda não "captei".Uma coisa que nunca tinha acontecido e está acontecendo agora é me sentir um "idiota",como se fosse uma aranha que tá acostumada a andar em teias,andar em um chão duro e firme,ela fica bambeando,com pernas grandes e sensíveis num chão rígido,é como falar de aparelho móvel depois de um tempão sem usá-lo,a fala fica meio embolada,uma mistura de baba e vento entre os lábios.De qualquer jeito eu tenho que agradecer aos astros por estar como estou agora,mais olhos,mais narizes,mais ouvidos,mais vida.Ao contrário de muita gente eu não tenho medo de cair de skate em uma ladeira que pareça alta demais,eu simplesmente vou,cair é tão bom quanto continuar andando.